Em julho de 1978, na Inglaterra, Louise Brown se tornou o primeiro bebê de proveta, concebido através da fertilização in vitro. Este marco histórico representou uma grande conquista para a ciência e uma nova esperança para milhares de casais com dificuldades de conceber naturalmente. Tudo isso foi possível graças aos trabalhos incansáveis dos renomados pesquisadores Patrick Steptoe e Robert Edwards, que deram início à era da Fertilização In Vitro há cerca de quatro décadas. Desde então, a evolução e a utilização dessas tecnologias avançaram significativamente, proporcionando melhorias notáveis nos laboratórios especializados em Fertilização In Vitro. A trajetória desse procedimento revolucionário continua a impactar de forma positiva a vida de inúmeras pessoas ao redor do mundo, oferecendo novas possibilidades de tratamento para a infertilidade.
Devido à necessidade de aprimoramento dos tratamentos, sem perder a individualização, várias ferramentas estão sendo desenvolvidas e aprimoradas. Entre as tecnologias recém criadas temos a cultura de embriões em tempo real permitindo ajustes na cultura conforme necessário, o famoso time-lapse que permite que o embrião seja monitorado e selecionado morfologicamente sem a necessidade de manipulação e além disso através da utilização do aprendizado de máquina, também conhecido como Inteligência Artificial (I.A.), é possível processar e interpretar informações de ondas captadas, gerando ações conforme foram ensinadas anteriormente. Ao contrário dos seres humanos, a I.A. possui uma capacidade volumosa de aprender e processar informações gerando uma grande quantidade de dados avaliativos, mas a eficácia da inteligência artificial no laboratório depende de uma abordagem cuidadosa e colaborativa entre os embriologistas e os especialistas em tecnologia envolvidos.
Atualmente, a Inteligência Artificial já está sendo utilizada e testada para selecionar espermatozoides, avaliar a qualidade dos embriões e dos óvulos, sendo capaz de prever a eficácia e aumentar a eficiência de todo o processo. Isso não apenas economiza tempo, mas também aumenta a produtividade. Embora essa novidade seja bastante empolgante, ainda é considerada incipiente, com muitos desafios por trás dos bastidores. Até o momento, não se sabe ao certo quais são os fatores que levam a uma fertilização in vitro bem-sucedida e vale lembrar que cada quadro clínico tem sua individualidade, o que nos leva a refletir sobre os limites do nosso conhecimento.
A implementação da Inteligência Artificial é um fato incontestável e trará inúmeros benefícios, tais como redução de erros, otimização do tempo de trabalho, obtenção de resultados mais positivos e diminuição dos custos de tratamento, tornando-os mais acessíveis para a população em geral onde uma a cada seis pessoas no mundo hoje apresenta algum fator de infertilidade. Estima-se que, em apenas dois anos, a IA passará a integrar o cotidiano da reprodução humana assistida e seguirá em constante evolução, surpreendendo cada vez mais na concretização de sonhos.
Autoria: Nathalia Calixto
Biomédica Patologista Clínica pelo Centro Universitário de Brasília
MBA Administração de clínicas, laboratórios e farmácias pela Uninter
Pós graduando em reprodução humana assistida pela EmbrioLógica
CRBM 3 18065
Revisão: Tayara Vergueiro